quinta-feira, 30 de abril de 2009

O Sonho

Se eu vir no céu uma estrela a brilhar.
Se eu vir no céu uma ave a voar.
Saberei sorver todos esses momentos
que em sonhos anseio por concretizar.

O céu, o mar, o infinito,
e tudo aquilo em que eu mais acredito,
estão lá…
Nesse lugar, puro de magia,
nesse outro mundo de nostalgia.
E é então que chega a raiva, a dor, o grito.

E eis que o sonho se desvanece,
tão rápido vem como desaparece.
E eu, cansado de esperar,
olho o céu mais uma vez…
Poderei cansar-me de esperar,
mas nunca me cansarei de sonhar.


Mário Oliveira

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Método

Escrevo pela primeira vez neste blog recém-criado.

Estando eu perante esta primeira intervenção escrita, pensei em fazer uma espécie de introdução que explicasse os objectivos, os temas e as considerações a serem tratados neste blog. Abandonei a ideia!

Assim, cumpre-me o acaso, tecer algumas considerações acerca de algo completamente negligenciado em Portugal, o Método.

Em todas as tarefas, acções, empreendimentos, projectos e demais acções individuais ou colectivas levadas a cabo pelos indivíduos, ou grupos de individuos, deveria existir uma filosofia muito básica, a que eu chamo de maneira muito prática: “Começar pelo princípio”.

“Começar pelo princípio” é ter em consideração os aspectos mais básicos quando se inicia algo. Por muito triviais que esses aspectos possam parecer é necessário ter a humildade de os considerar, na medida em que, certamente irão influenciar o sucesso de qualquer iniciativa a levar a cabo.

A sociedade portuguesa tem um problema no que respeita à filosofia de “Começar pelo Principio”. Aliás, parece ser aversa a esse tipo de filosofia. Em Portugal as coisas começam-se a meio, a três quartos do fim, quase no fim, pertinho do princípio, e em muitos outros momentos entre o princípio e o fim, mas nunca onde deveriam exactamente começar, ou seja, no princípio.

E no princípio está o Método!

No nosso país não existe a noção da importância do Método. E essa lacuna verifica-se transversalmente em toda a sociedade e em todos os sectores de actividade.

Num momento de crise internacional, quer financeira, quer de valores, os países discutem e debatem aquilo que pode ser feito para alterar o rumo da situação, ou pelo menos, minorar os seus efeitos. E Portugal não será excepção.

Discutem-se soluções e politicas económicas, reformas na justiça e adequabilidade de novos investimentos, deixando-se para trás questões importantes, e de fundo, às quais é imperioso dar atenção porque é fundamental “Começar pelo princípio”.
Num dos dicionários mais simples que eu pude encontrar, a palavra Método está definida da seguinte forma: maneira ordenada de fazer as coisas. Ora bem, é esse mesmo o objectivo.

Faça-se agora uma pequena ronda por alguns sectores do nosso país para ser mais perceptivel o alcance e a importância desta pequena palavra:

Educação

Será que os alunos em Portugal têm noção de Método? Na minha opinião, nem por sombras.
Se a noção fosse incutida nos alunos desde os primeiros anos da sua formação, estes não teriam certamente os famosos e badalados insucessos na Matemática. Mas mais importante que tudo isso, seria fazer com que os estudantes autonomizassem a sua aprendizagem, ou seja, não ficassem tão dependentes dos professores, e desenvolvessem desde cedo a capacidade de auto-aprendizagem. Isto porque os alunos em Portugal são programados como automatos para responder às solicitações dos professores e dos exames (coisa que também parece já não acontecer muito).

Justiça

Os casos sucedem-se. As críticas adensam-se. Os prazos dilatam-se.
Neste cenário, o que fazer?
Bem, o que tem sido feito pode ser considerado como uma manta de retalhos reformista, onde se colam remendos aqui e se tapam uns buracos acolá.
E o Método? Bem, por aquilo que vou vendo, o Método deve ter cometido algum crime, porque há muito tempo que tem fugido à justiça!
O que tem de ser feito relativamente à justiça passa em primeiro plano por legislar. Mas fazê-lo de uma forma metódica, estabelecendo um plano com objectivos, que deveria ser seguido até ver esses objectivos atingidos.
Não faz sentido criar objectivos, para que estes sejam alterados na legislatura seguinte, aquando da mudança de partido de governo.


Segurança Social

Ter um método implica perceber todas as dimensões de políticas criadas. Só se atinge um objectivo quando todas as premissas a ele associadas são cumpridas. Contentar-se em atingir meio objectivo, significa menos do que não o atingir. Assim, é imperioso valorizar e reforçar a fiscalização dos processos de segurança social para que os recursos disponíveis sejam distribuídos de forma justa, a todos aqueles que efectivamente necessitam e valorizam os apoios que recebem. Esses são os fundamentos dos verdadeiros estados sociais. Meus caros, o Método está sem abrigo!



Poderiam ainda tecer-se considerações acerca de outras áreas de interesse da sociedade, mas o artigo em causa já vai longo.

Assim e para terminar peço a todos que porventura leram este artigo que fomentem a importância do método, principalmente junto dos mais pequenos.
Incentivem-nos a criar os seus próprios métodos de estudo, de aprendizagem, de sociabilidade.

É preferível ter um método fraco do que simplesmente não o ter.

Navegar à deriva é muito diferente do que navegar com um horizonte, porque mesmo que esse horizonte seja errado, ainda há a fé, e a esperança!